sexta-feira, 22 de março de 2013

AMOR  ABORTADO
Ervin Figueiredo

Na saudade do que nem houve,
Ficou a lembrança do que deveria ser.
E na memória o que não foi, era real,
Como real foi o desejo insatisfeito,
As palavras não ditas, caladas,
No silêncio do momento que se esvaía...
Quanta coisa presa agora se soltava;
Tarde, muito tarde tudo foi sentido,
Na necessidade de mais nada sentir,
De se privar, se proteger, escondendo
Sentimentos e emoções desfeitas.
Era o fim do que jamais começara,
Feito aborto, silencioso e traidor,
Sem escrúpulos, sem decência,
Sem mais nada a dizer. Agora choro...

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