N A V E G A N D O
Sigo mar adentro, mesmo escuro...
Agora sem norte, sem rumo,
Assolado por vagalhões, continuo.
Perdi minha direção, perdi você,
Onda após onda eu te procuro.
E sigo, mesmo sem o amanhecer.
Meu sol já se pôs onde foi dia,
E com ele foi junto meu porto seguro.
O farol me avisa silencioso dos escolhos,
E vou seguindo, em meio ao escarcéu,
Numa rota traçada diante dos olhos,
De uma vida perdida e jogada ao léu.
Esperando o alívio deste martírio
Sigo calado, pensativo e
atento,
Ou ainda qualquer luz pra meu alento
Sendo a esperança de meu rogar.
Tomara eu acordar deste suplício
Ainda antes de tudo soçobrar !
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